20 de abril de 2014

Aqui jaz um par de botas




No meu trabalho, calco por trilhos e atalhos, por campos rurais e matas desbravadas. Trabalho na construção e este episódio que vos conto aconteceu algures no Alentejo. Imaginem um imenso terreno, cujo solo foi remexido por maquinaria pesada e posteriormente reposto na sua cota original, imaginem ainda que choveu em cima... muito! Num cenário destes, o solo fica altamente fofo. Ora eu, moça esperta e acautelada, estreante nestas lides, calcei as galochas e lancei-me para dentro deste apetecível campo. Dou um passo, dou dois e já meio desequilibrada enterro-me até meio das pernas ao que concluo, acertadamente, que não vale a pena avançar mais. Tento voltar para trás para descobrir que a tarefa é igualmente infrutífera, consigo desenterrar uma perna para a voltar a enterrar uns centímetros mais ao lado... 'OMD! Que difícil que é caminhar numa terra lamacenta, que se agarra às botas como quem luta pela vida!' Vencida pela mãe natureza não tive alternativa senão abandonar as galochas e caminhar descalça até ao carro. Atolada de lama até aos joelhos, sem pano ou água para me limpar, lá tive de conduzir de pés ao léu até casa. Já experimentaram conduzir descalços? Não é nada ergonómico, os dedos tendem a agarrar o pedal :S... o que aconteceu às botas?!... lá ficaram presas no meio do nada... para lembrar a história dos que por ignorância se aventuram por sua conta e risco :D... mas, se por acaso as encontrarem, tragam-mas que são minhas!

Sem comentários:

Enviar um comentário